Um dos alimentos mais controversos da atualidade, o leite divide opiniões de profissionais de saúde entre críticas e elogios ao tratar dos efeitos da bebida no corpo humano. Considerado um alimento de alta densidade nutricional (com mais nutrientes do que calorias) e importante na alimentação por causa da quantidade de cálcio, é apontado também como de difícil digestão pelo organismo e cada vez mais associado a problemas de saúde. É como se o alimento fosse, ao mesmo tempo, bom e ruim.
Por que pode fazer mal
Para quem é contra o consumo de leite, a multiplicação dos casos de intolerância à lactose e alergia à proteína do leite de vaca já é motivo suficiente para redução ou abolição total da bebida do cardápio. Para entender o aumento de problemas causados pelo leite, é preciso olhar para a produção do alimento e para o estilo de vida das pessoas. O uso de antibióticos por humanos destrói a flora intestinal, o que aumenta o risco de intolerância a lactose e a alergia a proteína do leite de vaca. Quem tem o intestino preso, come poucas frutas e verduras, e abusa de açúcares também está propenso a ter esse tipo de sensibilidade.
O perfil da alimentação faz toda diferença para determinar se o indivíduo terá ou não alguma intolerância ao leite. Dietas pouco nutritivas e repletas de alergênicos (gordura hidrogenada, agrotóxicos, farinha branca e açúcar) tornam o organismo mais vulnerável.
. Outro ponto negativo é que o leite tem muito mais proteína do que o corpo humano consegue digerir o que sobrecarrega os rins e compromete a absorção de cálcio, a principal vantagem da bebida.
Os benefícios são para crianças e adolescentes (meninos até 18 e meninas até 15 anos). O leite é uma grande fonte de cálcio e o consumo nessa faixa etária está associado a maior ganho de massa óssea. A substância do leite podem ser uma das causas de doenças como sinusite, ansiedade e até depressão.
Sintomas da intolerância a lactose
Podem variar dependendo do nível de intolerância e o estado inflamatório de cada pessoa
— Desconforto
— Diarreia
— Dor de cabeça
— Mal-estar
— Dor de estômago
Sintomas da alergia a proteína do leite
— Cólica
— Urticária
— Vômito
— Baixo ganho de peso
— Sangue nas fezes
— É mais comum em crianças
Por que pode fazer bem
Composto mais benéfico do leite e também muito celebrado por seus defensores, o cálcio é encontrado de forma concentrada na bebida. Cada copo de leite tem 240 miligramas do mineral. Em geral, adultos precisam consumir 1 mil miligramas de cálcio por dia para a manutenção da massa óssea. Ou seja, quatro copos de leite
A nutricionista Marcia Gowdak, diretora do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), afirma que, em geral, a população consome 400 miligramas de cálcio por dia, o que está bem abaixo do ideal.
– Além da perda da massa muscular, que vem com a idade, tem o problema da osteoporose e da osteopenia (fase que antecede a osteoporose).
Os defensores do leite também argumentam que a absorção do cálcio por outros alimentos não é a mesma. O o índice de absorção proporcionado pela bebida é de 30%, enquanto que o do brócolis e da couve, por exemplo, é de 5%. No caso dos vegetais, é a fibra que diminui muito a capacidade de absorção de cálcio.
Até agora, quem melhor desempenha o papel de substituto é o leite de soja. Segundo Marcia, há uma série de opções no mercado com a mesma quantidade de cálcio do que o leite de vaca – e que proporcionam a mesma absorção do nutriente pelo organismo.
O recomendado é comer três porções de vegetais por dia e variar de cinco a sete folhas por vez. Se tomar um suco verde de manhã, já elimina uma das vezes. E no almoço e jantar consome as outras duas
Para aumentar a absorção do cálcio, neste caso, deve ser feita com a combinação de gordura monoinsaturada e insaturada (azeite de oliva, castanha e gergelim), magnésio (presente nas folhas verdes) e um nível baixo de proteína (encontrado em legumes, frutas e sementes).
Prós
— Tem alta concentração de cálcio, dificilmente encontrada na mesma proporção em outros alimentos
— Tem alta densidade nutricional: mais nutrientes do que calorias
— A gordura do leite aumenta o colesterol bom
— É benéfico para hipertensos
— Produz saciedade
— A versão semidesnatada é recomendada para quem quer perder peso
— A versão integral ajuda na absorção da vitamina D
Contras
— Dois dos principais componentes do leite – lactose e proteína – geram cada vez mais problemas na população
— É de difícil digestão
— Não é mais “cru” como no passado e perdeu probióticos que ajudam na sua digestão
— Produção em larga escala estimula uso de hormônios nas vacas e conservantes no processo de pasteurização
— A versão sem lactose não resolve para quem tem hipersensibilidade ao leite. Tem os mesmos hormônios e aditivos da versão convencional
— Consumo de antibióticos destrói a flora intestinal e aumenta a probabilidade de intolerância à lactose
— Tem muito mais proteína do que o corpo consegue digerir, o que sobrecarrega os rins
A diferença entre leite integral, semi e desnatado
Integral
Tem no mínimo 3% de gordura. Em um copo de leite de 300ml, terá 9g de gordura. Tem gordura saturada, que aumenta o bom e o mau colesterol. Ideal para quem precisa ganhar peso. Ajuda na absorção da vitamina D.
Semi
É o preferido dos profissionais pois mantém a saciedade e não tem o mesmo índice de gordura do integral. Ideal para quem tem hipertensão, colesterol alto e quer controlar o peso.
Desnatado
Tem menos de 0,5% de gordura. Por ser desnatado, o nível de cálcio não está comprometido.