TIJUANA, México — Um policial municipal de Tijuana vigia a guarita de El Chaparral, uma das travessias para pedestres entre México e EUA. Havia ali um acampamento para 400 imigrantes centro-americanos, mas eles foram desalojados em 6 de março e hoje vivem em vários albergues. A área se prepara agora para a crise que ainda está chegando. O policial aponta para a alfândega de San Ysidro, a pouco mais de 2 kmos de distância. “Ali estão os russos”, diz com impaciência. Uma das fronteiras com mais movimento dos EUA aguarda a onda provocada por um conflito no outro lado do planeta que, até o momento, deixou mais de 3 milhões de pessoas na Ucrânia sem rumo.
Ucranianos e russos começaram a chegar à fronteira entre México e EUA na semana passada. Com a intensificação da ofensiva de Vladimir Putin na Ucrânia, qualquer pessoa que apresente um passaporte ucraniano pode entrar nos EUA hoje. No domingo, foram 11; na segunda, nove. E assim tem sido, aos poucos, em um posto onde passam em média 14.400 pessoas por dia.
Os cidadãos do país sitiado são atualmente uma estrela cadente na fronteira. Sua passagem divide em duas as grandes filas dos que esperam a travessia.
— Sabemos que os ucranianos são os privilegiados agora — diz Marc, um moscovita de 32 anos, que prefere não revelar seu sobrenome.