Uma imagem de satélite mostra bombardeiros estratégicos no aeródromo da Rússia na região de Saratov, que teria sido atacado na segunda-feira
Washington “nem encorajou nem permitiu” que a Ucrânia atacasse alvos dentro da Rússia, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Ele falou pouco depois de Moscou acusar Kyiv de realizar ataques com drones em três aeródromos russos, dois deles a centenas de quilômetros da Ucrânia.
A Ucrânia não comentou o assunto.
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou repetidamente os EUA e seus aliados para não cruzarem as “linhas vermelhas” ao fornecer armas de longo alcance à Ucrânia.
A aliança militar da Otan, liderada pelos Estados Unidos, descartou o fornecimento de tais armas a Kyiv, em meio a preocupações de que isso possa levar a uma grande escalada com uma Rússia com armas nucleares que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Duas explosões de aeródromos russos foram relatadas na segunda-feira, nas regiões de Ryazan e Saratov. Os locais abrigam bombardeiros estratégicos acostumados a realizar ataques regulares com mísseis contra a infraestrutura energética crítica da Ucrânia.
A Rússia disse que houve outro ataque na terça-feira, na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia.
O último ataque com mísseis da Rússia à Ucrânia foi na segunda-feira, quando 70 foguetes foram disparados contra alvos em todo o país. Quatro pessoas morreram, disseram autoridades locais.
Milhões de pessoas em todo o país estão agora sem eletricidade e água corrente, aumentando o medo de que as pessoas morram de hipotermia em temperaturas abaixo de zero.
Em um briefing na terça-feira, Blinken acusou a Rússia de “tentar tirar a infraestrutura civil que permite que as pessoas tenham aquecimento, água e eletricidade”.
Ele disse que Moscou agora está “armando o inverno” e “essa é a realidade diária e noturna na Ucrânia”.
“Não encorajamos nem permitimos que os ucranianos atacassem dentro da Rússia, mas o importante é entender o que os ucranianos estão vivendo todos os dias com a contínua agressão russa contra seu país.
Ele disse estar determinado a que os ucranianos tenham “o equipamento de que precisam para se defender, para defender seu território, para defender sua liberdade”.
Falando ao lado dele, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, enfatizou que os EUA não impediriam a Ucrânia de desenvolver sua própria capacidade de ataque de longo alcance.
“A resposta curta é não. Nós absolutamente não estamos fazendo isso”, disse Austin, acrescentando que Washington já havia dado à Ucrânia mais de US$ 19 bilhões (£ 16 bilhões) em assistência de segurança.
Em outros desenvolvimentos na terça-feira:
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou tropas na região leste de Donetsk, onde combates violentos duram semanas
- À noite, uma pessoa ficou ferida em ataques russos na região centro-leste de Dnipropetrovsk, disseram autoridades locais
- Autoridades instaladas pela Rússia na cidade de Donetsk – controlada por Moscou desde 2014 – disseram que seis pessoas foram mortas em bombardeios ucranianos