ARIS – Um projeto de lei impopular que aumentaria a idade de aposentadoria na França de 62 para 64 anos ganhou impulso com a adoção da medida pelo Senado francês, apesar das greves trabalhistas, protestos de rua e toneladas de lixo não coletado se acumulando a cada dia.

A primeira-ministra francesa Elisabeth Borne twittou no final do sábado, após a votação de 195 a 112, que esperava a aprovação definitiva do projeto de lei para “garantir o futuro de nosso sistema de aposentadoria”.

A legislação vitrine do presidente Emmanuel Macron – que traz riscos para o governo – agora deve passar por um território político complicado com múltiplos resultados potenciais.

A primeira-ministra Elisabeth Borne convocou uma reunião no domingo à noite e ordenou aos ministros que buscassem um consenso entre os legisladores nos próximos dias.

O governo espera não precisar recorrer a uma opção constitucional especial que forçaria a aprovação da reforma previdenciária sem votação. Borne já usou esse mecanismo 10 vezes antes, e invocá-lo para a questão politicamente delicada da aposentadoria poderia desencadear uma moção de desconfiança.

O porta-voz do governo, Olivier Veran, enfatizou após a reunião que o governo quer evitar o emprego da opção constitucional. Mas quando questionado, ele acrescentou: “Não vamos renunciar à nossa reforma do plano de aposentadoria”.

Com os sindicatos se opondo ao projeto de lei, o lixo não coletado se acumulou em Paris e outras cidades enquanto os trabalhadores do lixo fazem greve. Serviços em outros setores, como energia e transporte, também foram afetados, por meio de melhorias.

A prefeitura de Paris disse que até domingo cerca de 5.400 toneladas de lixo foram empilhadas nas ruas da capital francesa, inclusive em frente ao prédio onde o Senado se reúne. O fedor de peixe podre e outros alimentos flutuava no vento, especialmente em torno de alguns restaurantes.

O canal de notícias de televisão CNews citou Colombe Brossel, vice-prefeito de saneamento, dizendo que o problema se devia principalmente a incineradores bloqueados.

Essas provações podem não terminar logo. Os sindicatos planejam mais greves e uma oitava rodada de protestos em todo o país na quarta-feira, dia em que o projeto de lei da pensão será encaminhado a um comitê de sete senadores e sete legisladores da câmara baixa.

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