Os militares dos EUA divulgaram imagens de um jato russo colidindo com um de seus drones sobre o Mar Negro.

Os EUA disseram que os danos ao grande drone significaram que ele teve que ser derrubado na água perto da Crimeia na terça-feira.

A Rússia negou que seu jato de combate Su-27 tenha cortado a hélice do drone, mas o vídeo parece apoiar a versão americana dos eventos.

Era do interesse do Pentágono divulgar este vídeo – não menos para verificar sua versão dos eventos.

A BBC não viu os eventos antes ou depois da colisão. Os EUA disseram inicialmente que o confronto durou cerca de 30 a 40 minutos, mas as imagens divulgadas duram menos de um minuto.

Na noite de quarta-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse: “Continuamos confiantes nos fatos que transmitimos até agora”.

Ele disse então que o Pentágono estava analisando qual vídeo poderia ser divulgado. Não é incomum que os militares levem algum tempo para desclassificar as imagens de vídeo antes de torná-las públicas.

Austin descreveu anteriormente as ações da Rússia como perigosas e imprudentes – e o vídeo editado divulgado parece confirmar isso.

Um feed de uma câmera instalada sob a fuselagem do drone de vigilância mostra um Su-27 russo fazendo duas passagens extremamente próximas enquanto libera o que parece ser combustível ao se aproximar.

Na primeira passagem parece atolar a lente da câmera. A segunda passagem é ainda mais próxima – interrompendo o feed de vídeo da aeronave pilotada remotamente.

Quando a imagem retorna, uma lâmina da hélice do drone na parte de trás da aeronave pode ser vista dobrada.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse à CBS, parceira de transmissão da BBC nos Estados Unidos, que não estava claro se a ação russa foi deliberada ou acidental.

Mas ele disse que isso não importava porque os movimentos eram “completamente inapropriados, inseguros e pouco profissionais”.

Os voos de vigilância continuarão sobre o Mar Negro, disse ele, mas não há necessidade de escoltas militares, que ele disse serem desnecessárias e colocariam os pilotos em risco.

A Rússia afirmou que o drone estava se aproximando de seu território, mas tudo o que podemos ver no vídeo é mar, céu e nuvens.

Moscou parecia sugerir na terça-feira que impôs uma zona de exclusão aérea unilateral sobre a região como parte de sua invasão da Ucrânia.

O embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, disse que o drone “violou os limites do regime temporário de espaço aéreo estabelecido para a operação militar especial”.

Mas Kirby disse que o espaço aéreo é internacional e não restrito.

Em um comunicado divulgado horas após o acidente, os EUA disseram que os jatos russos despejaram combustível no drone várias vezes antes da colisão.

O porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Pat Ryder, disse a repórteres que o drone era “impossível de pilotar e incontrolável”, acrescentando que a colisão provavelmente também danificou a aeronave russa.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que o drone caiu após uma “manobra brusca” e que estava voando com seus transponders (dispositivos de comunicação) desligados.

O Kremlin ainda não respondeu ao lançamento do vídeo dos EUA. Na quarta-feira, o secretário do conselho de segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, disse que estavam sendo feitas tentativas para encontrar e recuperar os restos do drone.

Na quinta-feira, navios russos foram vistos no local do drone abatido no Mar Negro, informou a mídia americana.

Kirby disse que os EUA também estão procurando a aeronave, mas enfatizou que, se a Rússia chegar antes deles, “sua capacidade de explorar informações úteis será altamente minimizada”.

Essa mensagem foi reiterada pelo general Mark Milley, o principal general militar dos Estados Unidos, que disse que os EUA tomaram “medidas atenuantes” para garantir que não houvesse nada de valor no drone abatido.

Gráfico mostrando as principais fotos do vídeo

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