A cesta básica na Venezuela 526 dólares salário mínimo, de cerca de 5,17 dólares mensais
O salário mínimo, de cerca de 5,17 dólares mensais ao câmbio médio de abril, cobre 1% da cesta, da qual 60 produtos “mal dá para comprar um litro de azeite”
A cesta básica na Venezuela, calculada para uma família de cinco pessoas, chegou a 526 dólares no mês passado, um aumento de 3% em relação a março, quando custou 510,88 dólares, informou nesta segunda-feira o Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores (Cendas-FVM).
Ele indicou que o salário mínimo, de cerca de US$ 5,17 mensais pelo câmbio médio de abril, cobre 1% da cesta básica , da qual 60 produtos “mal dão para comprar um litro de azeite”, embora a Constituição do país estabeleça que a renda deve ser suficiente para satisfazer as necessidades do trabalhador e de sua família.
De acordo com o relatório mensal do Cendas-FVM, referência no país pela falta de cifras oficiais, foram necessários 101,7 salários mínimos mensais para adquirir a cesta.
O Instituto Nacional de Estatística ( INE ) não publica o custo do cabaz alimentar desde 2014, o que, segundo os especialistas, se insere numa “política de opacidade” dos organismos oficiais, que não publicam outros indicadores, como a pobreza.
A Venezuela acumulou inflação de 86,7% no primeiro quadrimestre de 2023, segundo o Banco Central (BCV), que registrou aumento médio de preços de 3,8% em abril, 6,1% em março, 19, 3% em fevereiro e 42,1% em janeiro, a maior inflação mensal registrada pelo país nos últimos dois anos.
O país saiu em dezembro de 2021 de um período de hiperinflação que começou em 2017 e que, durante quatro anos, reduziu o valor do bolívar, moeda oficial, bem como a confiança dos cidadãos, para os quais adotaram oficiosamente o dólar em uma tentativa de proteger sua renda.
Milhões sofrem de déficit nutricional
O ditador Nicolás Maduro admitiu em janeiro que cerca de 2.300.000 venezuelanos sofrem de déficit nutricional.
A ditadura madurista expôs esses números alarmantes à questionada Assembleia Nacional chavista durante sua prestação de contas anual e considerou que os recordes atuais exigem mais trabalho para ajudar as pessoas que não têm garantia de uma boa alimentação.
“Hoje podemos dizer que temos um déficit nutricional, que vamos continuar atacando e resolvendo, de 7,7%”, disse o ditador de um país com mais de 30 milhões de habitantes e mais de seis milhões de pessoas que migraram em busca de melhores condições de vida.
Segundo a última Pesquisa de Condições de Vida (Encovi), elaborada pela Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), 53,3% dos venezuelanos vivem abaixo da linha da extrema pobreza.
Segundo o estudo, a Venezuela está localizada no continente mais desigual do mundo e, no ano passado, conquistou o título de país mais desigual das Américas . Os níveis de desigualdade no país caribenho são comparados com Namíbia, Moçambique e Angola .
Quase 40% dos domicílios com maior renda estão em Caracas, que concentra apenas 16% dos domicílios do país, segundo a pesquisa.
