No âmbito do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, nesta quarta-feira (22), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou sua intenção de acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Em discurso por vídeo conferência, Trump destacou que pretende se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para negociar um cessar-fogo imediato e evitar mais perdas de vidas humanas.
“Gostaria de me encontrar com Putin em breve. Isso não é sobre economia ou qualquer outra coisa, mas sobre o fato de que milhões de vidas estão sendo desperdiçadas. Precisamos parar essa carnificina” declarou Trump.
Propostas de Trump no contexto da guerra
Trump tem adotado uma postura de negociação direta, com ameaças de novas sanções comerciais caso a Rússia não se mostre disposta a um acordo. Em uma publicação recente em sua plataforma Truth Social, ele escreveu: “Se não fizermos um acordo, e logo, não terei outra escolha senão impor altos níveis de taxas, tarifas e sanções em qualquer coisa vendida pela Rússia aos Estados Unidos e outros países”.
No mesmo discurso, Trump também sugeriu que a queda nos preços do petróleo poderia contribuir para o fim do conflito, aliviando a pressão econômica sobre os envolvidos. Para isso, ele pretende pressionar a Arábia Saudita e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para aumentar a produção e reduzir os custos.
Reações de Putin e Zelensky
Enquanto Trump sinaliza sua intenção de liderar as negociações, o Kremlin respondeu de forma cautelosa. Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, afirmou que Moscou está aberta a um “diálogo igual e mutuamente respeitoso”. Por outro lado, o presidente ucraniano, Zelensky, reforçou que qualquer acordo deve incluir a supervisão de contingentes militares internacionais. Ele pediu um efetivo de 200 mil soldados de paz para garantir a segurança de uma eventual trégua. Em declarações anteriores, Putin afirmou que a paz deve ser baseada no “respeito aos interesses de todos os povos na região”, mas também deu indícios de não estar com pressa para resolver o conflito. Analistas internacionais apontam que a falta de urgência por parte da Rússia pode ser uma estratégia para reagrupamento militar e rearmamento.
Cenário econômico
A economia russa, pressionada por sanções já existentes, enfrenta taxas de juros de 23% e uma inflação acima de 9%. O rublo continua em queda, enquanto projeções apontam para uma desaceleração significativa do crescimento econômico em 2025. Apesar disso, bancos e indústrias militares russas têm conseguido se adaptar e encontrar alternativas para contornar as sanções, o que dificulta a previsão de impactos imediatos das medidas prometidas por Trump. Na Ucrânia, a preocupação é que os Estados Unidos, sob a liderança de Trump, reduzam o apoio militar ao país. A administração anterior, de Joe Biden, havia aprovado US$ 61 bilhões em financiamento para a Ucrânia, mas Trump já indicou que pretende rever o envio de armas e recursos.
Análise internacional
Especialistas avaliam que Trump busca uma estratégia de negociação baseada na “força”, como demonstrado pelas ameaças de sanções e tarifas. Trump quer se encontrar com Putin:
Com a declaração de Trump de que dá um prazo de 100 dias para o enviado especial Keith Kellogg encerrar a guerra, as expectativas recaem sobre uma possível reunião entre Trump e Putin nas próximas semanas. O desenrolar dessas negociações poderá redefinir os rumos do conflito na Ucrânia e a dinâmica das relações entre Estados Unidos, Rússia e Europa.
