Técnicas de estimulação cerebral não invasiva, como a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) e a estimulação magnética transcraniana (TMS), vêm ganhando destaque como terapias alternativas para sintomas centrais do transtorno do espectro autista (TEA) e do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
Uma revisão abrangente de 35 estudos clínicos randomizados e meta-análises, envolvendo 2.376 participantes, revelou que tanto a tDCS quanto a TMS podem melhorar funções como atenção, controle executivo, comportamento repetitivo e habilidades sociais.
No TEA, sessões diárias de tDCS durante 4 semanas reduziram os escores da Autism Behavior Checklist em 32% e aumentaram a conectividade funcional cerebral. Já a TMS, em protocolos de baixa frequência, reduziu comportamentos obsessivo-compulsivos em 28%, com efeitos mantidos por até três meses. Um protocolo específico (MeRT®) mostrou que 63% dos participantes mantiveram melhorias sociais após um ano.
Para o TDAH, meta-análises com 745 crianças mostraram que a tDCS produz efeitos moderados na memória de trabalho (Hedges’ g=0,42), especialmente quando combinada a treinamento cognitivo. Um estudo com adultos apontou que uma única sessão de TMS a 20 Hz melhorou os escores de atenção em 22%, com efeitos durando até 72 horas. Em crianças, protocolos repetidos de TMS reduziram sintomas de hiperatividade em 18%, com resposta placebo próxima a 14%.
No total, a análise de segurança englobando 6.587 sessões de tDCS e 2.112 de TMS relatou menos de 1% de eventos adversos leves, como dor de cabeça. Eventos graves foram extremamente raros (0,02%), geralmente ligados a epilepsia não diagnosticada. A tDCS apresentou adesão de 92% em protocolos domiciliares, superior aos 78% de sessões em clínicas com TMS.
Fonte:@dratiellemachado