Não. E ponto!
O comércio exterior é global, e o dólar ainda é a principal moeda de liquidação internacional.
Falar em “não precisar dos EUA” ou revela-se desconhecimento técnico profundo ou uma perigosa miopia geopolítica.
Os EUA são não apenas um dos maiores destinos das exportações brasileiras, mas também a origem de investimentos, tecnologias, cadeias logísticas e crédito internacional.
Negar isso é negar oxigênio a uma economia que já luta para respirar.

O Futuro dos Profissionais do Comércio Exterior
-Despachantes Aduaneiros e Agentes de Carga:
Esses profissionais vão se tornar cada vez mais estratégicos.
Com a crescente burocracia, regulamentações ambientais, compliance internacional, sanções e acordos multilaterais em constante mudança, só vai se manter no mercado quem dominar a inteligência aduaneira, os acordos comerciais e os regimes especiais.
A era do simples trâmite acabou!
Agora é inteligência e valor agregado.
-Consultores de Comércio Exterior:
Terão um papel ainda mais valorizado, especialmente em,
Redesenho de cadeias logísticas pós-Covid e pós-crises;
Estratégias para acesso a novos mercados;
Consultoria aduaneira e mitigação de riscos geopolíticos.
A consultoria que antes era vista como “opcional”, agora é sobrevivência competitiva.
-Empresas Prestadoras de Serviço no Setor:
Aqui entra um ponto delicado,
As empresas que ficarem presas ao modelo antigo, só protocolando documentos e focando no operacional, tenderão a desaparecer.
Já aquelas que souberem oferecer inteligência logística, planejamento tributário internacional, e visão estratégica para seus clientes terão espaço para crescer, inclusive fora do Brasil.
Uma Conclusão com Visão de Águia
O cenário global está se reorganizando com blocos econômicos, moeda digital, inteligência artificial, nearshoring, e desdolarização parcial.
Mas isso exige mais conhecimento, mais diplomacia, mais integração — não menos.
O Brasil que diz “não preciso dos EUA” ou “não preciso do dólar” não é o Brasil que exporta, que cresce, ou que negocia.
É o Brasil do palanque, não da pauta de exportação.
Mas o Brasil que fortalece seus profissionais de comércio exterior, que investe em tecnologia, em acordos multilaterais e em capacitação — esse sim, é o Brasil com futuro.
Publio Junior
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