O presidente Donald Trump anunciou, no emblemático Rose Garden, uma mudança significativa na política comercial dos Estados Unidos. Durante seu discurso, Trump divulgou um pacote de tarifas – a “declaração de independência econômica” – com o objetivo de fortalecer a indústria americana e reduzir a dependência de produtos estrangeiros.
A novidade ficou clara ao estabelecer diferentes percentuais de tarifas para os produtos importados.
Além de inúmeros outros países, aplicou-se 10% de tarifa para produtos importados do Brasil.
O propósito do governo dos EUA é, em tese, proteger sua produção interna e diminuir a concorrência de produtos estrangeiros.
Com a tarifa aplicada, um produto brasileiro, para ser comercializado nos Estados unidos, custará 10% a mais.
O Brasil exporta para os EUA aproximadamente 40 bilhões de dólares por ano. Essa cifra evidencia a importância comercial entre os dois países. Dentro desse volume, os Estados Unidos se destacam como o maior importador de café brasileiro – um dos produtos mais tradicionais e valorizados do nosso portfólio exportador.
O acréscimo tarifário tende a aumentar o custo de exportação para os brasileiros e o custo de importação para os consumidores e empresas norte-americanas.
A pergunta que fica é: será que o mercado norte americano terá condições de atender a demanda interna com a restrição e possível diminuição dos produtos importados?
O anúncio das tarifas intensifica a tensão nas relações comerciais internacionais. Países afetados, inclusive o Brasil, já começam a discutir possíveis retaliações para contrapor as medidas protecionistas adotadas pelos EUA.
Ontem [02/04/2025] a Câmara dos Deputados brasileira aprovou, com urgência, um projeto que autoriza o país a retaliar barreiras comerciais impostas por outras nações. O Senado já havia se manifestado favoravelmente, e o texto aguarda a sanção presidencial.
Em resumo, enquanto o governo americano busca promover o crescimento da indústria interna, o aumento das tarifas impõe desafios reais tanto para exportadores brasileiros quanto para importadores norte-americanos. O acréscimo nos custos pode influenciar preços, reduzir a competitividade e, consequentemente, afetar a dinâmica comercial entre os países.
Para brasileiros que vivem no exterior, investidores e consumidores, acompanhar essas mudanças é essencial para entender os desdobramentos e buscar estratégias que minimizem os impactos em um cenário de incerteza global.