Tropas ucranianas exaustas na Rússia são instruídas a se agarrar e esperar por Trump

O tom é sombrio, até mesmo raivoso.

“A situação está piorando a cada dia.”

“Não vemos o objetivo. Nossa terra não é aqui.”

Quase quatro meses após as tropas ucranianas terem lançado uma ofensiva relâmpago na região russa de Kursk, mensagens de texto de soldados que lutam lá pintam um quadro sombrio de uma batalha que eles não entendem direito e temem estar perdendo.

Temos estado em contato, via Telegram, com vários soldados servindo em Kursk, um dos quais partiu recentemente. Concordamos em não identificar nenhum deles.

Nenhum dos nomes neste artigo é real.

Eles falam de condições climáticas terríveis e de uma falta crônica de sono causada pelo bombardeio constante da Rússia, que inclui o uso de terríveis bombas planadoras de 3.000 kg.

Eles também estão em retirada, com as forças russas gradualmente retomando território.

“Essa tendência vai continuar”, escreveu Pavlo em 26 de novembro. “É só uma questão de tempo.”

Pavlo falou de imenso cansaço, da falta de rotação e da chegada de unidades, compostas em grande parte por homens de meia-idade, trazidos diretamente de outras frentes, com pouco ou nenhum tempo para descansar.

Ouvir soldados reclamarem – sobre seus comandantes, ordens e falta de equipamento – não é incomum. É o que os soldados costumam fazer em circunstâncias difíceis.

Sob imensa pressão do inimigo e com o inverno se aproximando, seria surpreendente ouvir tanto otimismo.

Mas as mensagens que recebemos são quase uniformemente sombrias, sugerindo que a motivação é um problema.

Alguns questionaram se um dos objetivos iniciais da operação — desviar soldados russos da frente oriental da Ucrânia — havia funcionado.

As ordens agora, eles disseram, eram para manter essa pequena porção de território russo até que um novo presidente dos EUA, com novas políticas, chegue à Casa Branca no final de janeiro.

“A principal tarefa que enfrentamos é manter o máximo de território até a posse de Trump e o início das negociações”, disse Pavlo. “Para trocá-lo por algo depois. Ninguém sabe o quê.”